A Dança na Pré-história
A dança surgiu na Época Paleolítica, antes mesmo de o homem aprender a cultivar a terra, quando ainda migravam buscando um lugar para caçar, colher e pescar. As figuras desenhadas, que nos servem de documentos sobre essa era, representavam os animais e as caçadas, raramente os homens.
No entanto, desenhos que representam um mesmo movimento foram encontrados nas regiões mais variadas, como a Europa e a África do Sul. Essas figuras comprovam que a humanidade tem um fundo cultural comum. Nelas, a cabeça está voltada para frente, o tronco apresenta-se num falso perfil, os dois braços em semi-extensão, com o direito um pouco mais alto que o esquerdo. O corpo está inclinado em relação às pernas, que estão levemente flexionadas. A perna esquerda está à frente da direita, com o pé no chão, e o pé direito está em relevé. O conjunto do desenho aparenta um giro com as pernas flexionadas, e a figura está vestida com uma pele de bisão e máscara de rena ou cervo. ("A figura de trois-Frères", em Montesquiou-Avantès).
Como tudo que era desenhado tinha caráter sagrado, presume-se que esta era uma dança sagrada. O giro, mesmo nesses homens pré-históricos, provocava sensação de vertigem e uma espécie de desapossamento de si mesmo, o que nos leva a acreditar que essa dança era uma forma de "entrar em contato com os espíritos ou qualquer entidade 'superior' ". Essa era a dança participativa: o homem participava dos rituais. No período Neolítico o homem aprende a cultivar e se organiza em grupos e até em cidades. Surge um esboço de classe sacerdotal, que vai "supervisionar" os rituais de dança, não os deixando ao acaso das inspirações individuais.
Dessa forma, a dança deixa de ser participativa para se tornar representativa: o homem deixa de entrar em contato com os espíritos para começar a representar os mitos e os Deuses. A dança representativa utiliza máscaras, e, ao contrário de sua antecessora, é feita em grupo. São danças de roda e em filas, e seus participantes se encontram, na maioria das vezes, de mãos dadas.
Esse tipo de dança pode aparecer como uma forma de dança litúrgica, como nos rituais dos enterros egípcios. As primeiras referências às danças recreativas também são do Egito Antigo: os desenhos e esculturas da época retratam acrobacias, como figuras com a cabeça e todo o corpo para trás formando uma ponte (fragmento da dançarina, no museu de Turim).
Contexto Histórico